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segunda-feira, 5 de março de 2018

Lido: O Homem de Constantinopla, de José Rodrigues dos Santos

Terminei, hoje, as 500 e tal páginas do livro O Homem de Constantinopla, de José Rodrigues dos Santos (JRS). Não é o primeiro livro que leio do jornalista e, certamente, não será o último.

Quando acabei, e peguei no segundo livro da saga inspirada na vida de Calouste Gulbenkian, pensei para comigo que está, definitivamente, "na moda" falar mal da escrita de JRS. Este livro leu-se lindamente, tem um ritmo bastante interessante e permite-nos olhar para ele e imaginar o que será verdade e o que será criação do autor... a aura da dúvida ficará sempre no ar.

Aliás, JRS diz claramente, na nota final, que estes dois livros "são dois romances que se inspiram na vida e na obra do multimilionário arménio Calouste Sarkis Gulbenkian" e aponta as fontes onde recolheu a informação - entre as quais um sobrinho-neto de Gulbenkian.

A premissa é simples: Calouste está a morrer. O filho é chamado a Lisboa para se despedir do pai e, num instante de consciência, Calouste aponta para a mesa de trabalho. A sua secretária informa o filho que ele deveria estar a referir-se ao livro que andava a escrever. E é assim que O Homem de Constantinopla "vê" a luz do dia.

Calouste passou para o papel todos os relatos de todos os momentos significativos da sua vida. Aos poucos, vamos sabendo como é que o pequeno Kaloust, filho de um dos arménios mais influentes da sua era, se tornou um dos homens mais ricos do mundo. E pensar que tudo começou com uma pequena moeda...

Acredito que o preconceito contra os livros de JRS tenha nascido com a personagem do Professor Tomás Noronha. Sim, já o li o suficiente para saber que me irrita - o Codex 632, O Sétimo Selo e a Fúria Divina. Mas também já li a Ilha das Trevas e comecei A Filha do Capitão (não avancei muito, confesso!) e, retirando Tomás Noronha da equação, até temos uma boa ficção histórica.

O que é, sem dúvida, o caso de O Homem de Constantinopla. Na minha mesa de cabeceira, já se encontra Um Milionário em Lisboa, a segunda metade da saga. E sinto-me preparada para enfrentar estas 665 páginas.

O meu desafio a quem me estiver a ler é: dêem-lhe uma hipótese. A sério. Se não gostarem, coloquem de lado e chamem-me louca, mas antes de tudo, peguem no livro, esqueçam tudo o que ouviram de JRS e, simplesmente, leiam.

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