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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Lido: O Último Judeu, de Noah Gordon.

Li, em 2010, "O Físico" deste autor. E, daquilo que me lembro, gostei bastante. Já vi o filme e continuo a preferir o livro. 


Estamos no final do século XV, em Toledo. Um menino é roubado e assassinado. O menino, filho mais velho de um artesão judeu, havia sido escolhido pelo pai para transportar até ao mosteiro local, o sagrado cálice onde iria ser depositada uma relíquia de Santa Ana. 

Um médico, cristão-novo, foi contactado para descobrir mais pormenores sobre este crime. Além das evidências que apontam para um membro da Inquisição estar envolvido, nada mais descobre, e prefere recuar, do que se envolver mais profundamente no caso. 

Algum tempo depois, iniciam as expulsões de todos os judeus que se recusem a converter-se. Helkias Toledano, o artesão judeu, consegue arranjar forma de ir embora, com os dois filhos, mas na véspera, é atacado por um grupo de populares e morto. O filho mais novo embarca rumo a um destino desconhecido com um tio, mas o do meio, Yonah, fica para trás.

Fugindo sempre à Inquisição, Yonah consegue sobreviver a duras provas, às vezes, sozinho, noutras vezes, contando com a preciosa ajuda de amigos que vai fazendo durante o seu percurso de vida. Mais tarde, já adulto, torna-se um reputado médico, sob o nome falso de Rámon Callicó, mas professando sempre, em segredo, a religião que o pai lhe havia transmitido - razão pela qual o livro se chama "O Último Judeu", porque todos os judeus em Espanha, na altura, ou fugiram, ou se converteram ou foram mortos: Yonah seria o último judeu no território. 

"O Último Judeu" é um bom livro. Não é genial, mas é realmente bom, excelentemente documentado e com uma prosa muito simples de acompanhar. Houve umas partes, algo semelhantes ao "O Físico". Neste, o protagonista queria mesmo tornar-se físico e lutou toda a vida para alcançar este objetivo. Em "O Último Judeu", Yonah torna-se aquilo que o destino lhe traçou, até chegar a médico. As tais semelhanças que encontrei foram exatamente aqui, no aprendizado da profissão. Se me tivessem apresentado os livros com excertos colados de um e do outro, não saberia distinguir. 

E é uma lição de História. Talvez pela idade, vou procurando, cada vez mais, livros que sejam mais do que isso e me transmitam ensinamentos concretos, sobre alturas concretas da História Mundial. Já com "A Mão de Fátima", li sobre a perseguição aos muçulmanos. Agora, os judeus no século XV. Este ano, li muito sobre o Holocasto. O anterior, "Mataram a Cotovia", sobre os anos 30, no sul dos EUA. Aliás, fui ver nos meus arquivos e é preciso recuar até setembro para encontrar um post sobre um livro que não tenha uma componente histórica (estou a excluir o "Dune", por se tratar de um género completamente diferente). 

Mas nada disto invalida que seja o bom livro que é, quero deixar essa ressalva. 

sábado, 29 de dezembro de 2018

Lido: Mataram a Cotovia, de Harper Lee

Como pude desleixar-me a este nível, senhores? Como?? Há muito tempo - mesmo muito tempo - que o livro "Mataram a Cotovia", de Harper Lee, estava na minha wishlist.

Contudo, a minha postura perante os clássicos tem sido sempre na onda do "eles, dali, não saem". E a verdade, é que há clássicos que envelhecem bem, e mesmo passado, meio século, continuam brilhantes.

"Mataram a Cotovia" tem-se tornado, ao longo dos anos, aquele livro que, quando o olhava, pensava no dia em que o leria. Há anos que o "namorava", há anos que passava a mão pela capa, há anos que via o título da edição portuguesa ser alterado... há anos...

Cinco dias foi o espaço de tempo entre pegar nele e terminá-lo. Pelo meio, houve a Consoada e o Dia de Natal, em que nem sequer lhe toquei. Por isso, na prática, foram apenas três dias. Ao longo de todos estes anos, nunca li a sinopse, nem sobre o que se tratava exatamente... tinha um feeling que ia gostar! E, às vezes, nesta coisa dos livros, gosto de confiar nos meus instintos.

Estamos no sul dos Estados Unidos da América, depois da Grande Depressão de 1929. As pessoas ainda tentam respirar, depois do crash económico e, as aparências são tudo. Scout e Jem são dois irmãos, filhos de Atticus, um advogado viúvo. Os dois miúdos são educados, por um lado, de forma bastante relaxada, mas ao mesmo tempo, têm conhecimentos acima da média, devido à curiosidade instigada pelo pai.

Um dia, conhecem Dill, o sobrinho de uma vizinha, e as férias de Verão tornam-se subitamente mais entusiasmantes, quando o jovem os instiga a conhecer o misterioso vizinho da casa ao lado que, reza a lenda, não sai de casa há mais de 25 anos. A vivência dos irmãos torna-se, assim, mais interessante - um interesse que se prolonga pelo ano letivo - e a nós, leitores, que também nos sentimos impelidos a ir lá bater à porta.

Ao mesmo tempo, Atticus está envolvido, profissionalmente, num caso bastante complexo. Um jovem negro é acusado de ter violado uma jovem branca. Estamos a meio dos anos 30, nos Estados Unidos - não esqueçam. A defesa do réu, Tom Robinson, absorve Atticus e faz vir ao de cima os preconceitos da comunidade de Maycomb. Scout e Jem são alvo de bullying, por parte dos colegas, por causa do pai ter aceite o caso.

O livro é todo narrado por uma Scout já crescida, que, no início do livro, ainda não tem 6 anos. Jem terá 9, quase 10 anos. E termina quando Jem parte o braço, pouco antes de fazer 13 anos. Temos todo este período de tempo em que lemos sobre o preconceito, a ignorância, a vivência de pequenas cidades sulistas, a interferência da religião... ao mesmo tempo que assistimos ao crescimento dos irmãos Finch.
Atticus é um exemplo. Naquela altura, ter ficado viúvo, com dois filhos pequenos, ter de lidar com essa tragédia pessoal e, simultaneamente, manter as suas convicções e a sua moral, e esforçar-se por transmiti-las aos filhos... é de aplaudir!

Gostei muito muito de "Mataram a Cotovia". É um livro muito simples de ler, com uma linguagem muito acessível, mesmo a descrever coisas tão feias como aquelas que Scout testemunha e nos conta. A nossa narradora quando nos começa a contar a história já é crescida, mas dá-nos a perspetiva dela enquanto criança que vivenciou os acontecimentos. E acho que este é um dos pormenores que tornam "Mataram a Cotovia" tão interessante.

Se ainda não leram, vão ler. A sério. Não façam como eu.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Lido: A Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón

Que livro espetacular, senhores! Não é o melhor que li este ano, mas está no Top 10, garantidamente. Mais um livrinho que estava no Kindle a "apanhar pó", e que acabei por lê-lo em dois dias. Simplesmente, não conseguia parar de ler.

A Sombra do Vento é um livro sobre um livro e sobre um autor. Enquanto lia, dei por mim a pensar no 2666 do Roberto Bolaño - logo, na primeira parte, onde os professores italiano, espanhol e francês e a professora inglesa procuram, incessantemente, o rasto de Archimboldi, desde as suas origens.

Aqui temos Daniel Sempere, um jovem barcelonês, órfão de mãe, que é levado pelo pai, proprietário de uma livraria, ao Cemitério dos Livros Perdidos, um local quase místico para onde são transportados os livros que vão sendo esquecidos ao longo dos anos. Daniel encontra "A Sombra do Vento", de Julián Carax. O fascínio que sente por aquela obra, leva-o a tentar procurar saber mais sobre o autor.

E é aí que tudo começa a correr mal. Em busca do paradeiro de Carax, Daniel é envolvido numa rede complexa de intrigas, de mentiras e logros, numa cadeia de segredos engendrados ao pormenor. Contudo, Daniel não está sozinho. É sempre acompanhado por Fermín Romero de Torres, o comic relief deste livro, que tendencialmente, pode tornar-se ligeiramente obscuro.

Mas, A Sombra do Vento torna-se tão viciante e, ao mesmo tempo, tão enervante que só queremos saber onde tudo irá desembocar.

Adorei, adorei, adorei...

E agora, sou "obrigada" a ler o que resta da série "O Cemitério dos Livros Esquecidos" (uma tetralogia que continua com O Jogo do Anjo, O Prisioneiro do Céu e O Labirinto dos Espíritos).

Ainda não tinha lido nada deste autor espanhol, mas estou fascinada com o estilo de escrita. É atraente e viciante, é bem escrito, sem ser pedante ou presunçoso, não tem falinhas mansas, nem é condescendente com o leitor... é uma escrita honesta e limpa.

Zafón nasceu em Barcelona em 1964. Inicia a sua carreira literária em 1993. Em 2001 publicou este A Sombra do Vento, que rapidamente se transforma num fenómeno literário internacional. As suas obras já foram traduzidas em mais de 40 línguas e conquistaram numerosos prémios e milhões de leitores nos cinco continentes. Actualmente, Carlos Ruiz Zafón reside em Los Angeles, onde trabalha nos seus romances, e colabora habitualmente com La Vanguardia e El País.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Lido: A Mão de Fátima

Já andava a ler A Mão de Fátima há meses. As minhas "férias" forçadas no hospital deram um "boost" às minhas leituras, por falta de melhor que fazer. Cerca de 14 horas, por dia, sem fazer nada... é significativo, convenhamos.

A Mão de Fátima é interessantíssimo. Só andava a "engonhar", porque se trata de um livro realmente muito grande (920 páginas), com muitos factos, muitas personagens, e um personagem principal que tinha bicho carpinteiro e deve ter percorrido - ora de burro, ora a cavalo, ora a pé - toda a Andaluzia.

Para o Livropólio, maratona literária que termina a meio de fevereiro, considerei A Mão de Fátima como um romance histórico.

Lembram-se quando disse, sobre As Flores de Lótus do José Rodrigues dos Santos, que era um autêntico tratado histórico?! A Mão de Fátima, nesse aspeto, é igual. Hernando é o nosso protagonista. Fruto de uma violação de um padre católico a uma adolescente muçulmana, nunca foi  querido pelo padrasto, nem pela sua própria comunidade, que o apelidava de "nazareno".
Os padres católicos de Alpujaras tomaram-no sob sua proteção, mas, ao mesmo tempo, o alfaqui (o sábio daquela comunidade) Hamid ensinava-lhe os preceitos e as tradições muçulmanos. Hernando cresceu assim, entre duas religiões.

Rebenta uma revolta muçulmana contra os opressores católicos, e Hernando está entre os revoltosos. Durante esse tempo, salva e conhece a jovem Fátima, por quem se apaixona. Contudo, os dois não terão a vida facilitada, dado que o padrasto, Brahim, também a tem debaixo de olho, mais por despeito do que qualquer outra razão.

Nas sombras, na ilegalidade, Hernando continua a professar a sua fé muçulmana, mesmo quando é forçado a apregoar a sua cristandade. Assistimos ao crescimento de um adolescente até à sua 3.ª idade, com todas as quedas e todos os conflitos, e à coleção de inimigos que foi colhendo no seu percurso.

A Mão de Fátima dá-nos imensos detalhes sobre a revolta muçulmana, e sobre a História desta religião em território espanhol. Gostei muito. Havia partes em que o autor podia ter atalhado e encurtado caminho? Sim, havia. Creio que muito foi dito, muito foi contado, muito foi descrito... atenção que é um livro fabuloso, mas li demasiadas descrições de paisagens que podia ter sido excluídas ou detalhes que podiam ser encontrados em livros de História, que seriam dispensáveis num romance.

Por outro lado, foram as descrições dos massacres que me colavam a retina às "páginas" (li no Kindle): a crueldade que, ambos os lados da barricada, empregavam quando se tratava de lidar com o outro... foi assim qualquer coisa.
Hoje, fala-se muito dos níveis extremos de violência e preconceito, mas, na minha humilde opinião, o fenómeno de "aldeia global" é que veio tornar as coisas mais conhecidas, porque nos séculos XIV, XV e XVI, os enforcamentos públicos, as imolações, decapitações, tortura gratuita - e isto já sem ir à parte da escravatura e das violações... ó senhores, sem comentários!!!

Gostei, verdadeiramente, muito deste livro. Só não dei 5 estrelas, porque é um livro que, se não estivermos verdadeiramente concentrados nele, escapa-nos sempre algo. É muito grande, e como disse antes, muitos personagens que vão entrando e saindo, outros morrem (de morte natural ou assassinados, é "indiferente), muita História, muitos factos... a história de amor está lá, presente numa parte substancial do livro, mas, houve alturas em que, sinceramente, quase me esquecia dela, com tudo o que se "passava" à minha "volta".

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Lido: Duna, de Frank Herbert

Quis o destino, o karma, uma conjugação cósmica do alinhamento dos planetas, o aquecimento global... estejam à vontade para escolher... que eu passasse uma semana internada, no Amadora-Sintra. Hotel agradável, mas não recomendo o serviço de restauração.

Enfim, tempinho de sobra foi algo que não me faltou. Claro está que aproveitei para ler. Terminei o Dune, de Frank Herbert - o 2.º volume da edição portuguesa, publicado pela Saída de Emergência, e terminei o A Mão de Fátima, de Ildefonso Falcones.

Vou escrever em posts separados, para não tornar estas reviews cansativas. Comecemos então por Dune, de Frank Herbert.

Considerações iniciais:
- compreendo a saga do Dune. Percebo o porquê da existência da trilogia, e das trilogias anterior e posterior aos acontecimentos, mas gostei de como terminou este livro: sem arestas para limar, nem arcos em aberto. É um mundo novo, e, como tal, tem de ser explorado antes e depois, obviamente. Mas o Dune, só por sim, vale muito a pena ler.

- para o Livropólio, a maratona literária em que estou a participar desde 5 de outubro (e até meio de fevereiro), considerei os dois volumes da edição portuguesa, como um único, porque é assim "lá fora". O Dune é um livro, o 1.º de uma trilogia que se completa com "O Messias de Duna" (também já disponível na Saída de Emergência" e "Os Filhos de Duna" (que apenas encontrei disponível na FNAC, expedido do Brasil). 

- raramente leio ficção científica, mas tenho de reconsiderar as minha opções no futuro. São muitos os factores que me levam a, habitualmente, não escolher FC, e, está na altura de repensar alguns deles. Thumbs up para Dune.

Dune é O clássico da ficção científica. Estamos muito além do futuro que conhecemos e há muito que outros planetas foram habitados. A família Atreides é nomeada para governar Arrakis, um planeta inóspito, que desde há muito vinha estado sob governo de uma outra família poderosa, a Casa Harkonnen, rivais dos primeiros.

Logo, à chegada, Paul Atreides sofre um atentado e, por pouco, não morre. Consegue salvar-se graças aos ensinamentos da mãe, Lady Jessica, uma Bene Gesserit (uma ordem social/religiosa/política) e concubina do Duque Atreides.

Arrakis, apesar de ser conhecido como Duna, devido à sua aridez, é também bastante apetecível, graças ao facto de ser o único planeta produtor de "melange", a mais importante e valiosa especiaria do universo.

Este livro explora questões políticas, questões religiosas, questões ecológicas/ambientais, questões sociais e raciais... são várias camadas que podemos explorar neste livro.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Update de leituras

Há 3 semanas que não publico nenhum post de leitura terminada - o que é uma aldrabice. Nestas semanas, terminei o primeiro volume do "Dune", e comecei o segundo, de Frank Herbert (edições da Saída de Emergência - aproveitem porque está com uma promoção de 30% e, de momento, o pack encontra-se a menos de 10€) e ando a ler "A Mão de Fátima" de Ildefonso Falcones. 


O meu excelso marido comprou o Dune na Feira do Livro de Lisboa, julgo que, em 2016. 
O homem, fascinado por ficção científica, há muito que viu o filme (de 1984) e andava há imenso tempo a tentar convencer-me a lê-lo. 
Mas, como muitos outros, não era uma prioridade e foi ficando. E ficando. E ficando... até que, por causa do Livropólio, a maratona a que aderi em outubro, "tive" de o ler. Um dos desafios era ler um livro de ficção científica et voilà...! "Dune", um dos clássicos do género, vivia na estante há anos. 
Gostei tanto que, mal terminei, peguei logo no segundo volume - farei a resenha no blogue quando terminar o segundo e faço um "2 em 1". 


Há muito, muito tempo, era eu uma criança... já cantava o José Cid, e este pequeníssimo excerto da música "20 anos" aplica-se, ligeiramente, à minha relação com "A Mão de Fátima" do Falcones. Li, em abril, A Catedral do Mar, e entretanto já vi a série na Netflix. 
Na altura, pensava eu que 600 páginas era muita coisa, até encarar as 920 deste "bichinho" (ainda não bate, contudo, as 1032 do "2666" do Roberto Bolaño). 
São quase 20 horas de leitura, de acordo com a estimativa do meu Kindle, e, neste momento, estou a 68% do livro (faltam menos de 6 horas para terminar). 
Ahh, falta acrescentar que "A Mão de Fátima" é o meu romance histórico do Livropólio. 



É isto, portanto. Mas, entretanto, meteram-se bactérias e vírus no caminho desta família e, sinceramente, estou expectante para ver no que isto vai dar.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Lista de Natal

Estamos a poucos dias do Natal - é um facto. E, nesta altura do campeonato, gosto sempre de elaborar a minha listinha de livros que eu gostaria que viessem morar cá para casa. No ano passado, andava assoberbada de sentimentos - a minha mãe tinha morrido há pouco, e, com base nas novidades editoriais que me iam chegando ao mail, elaborei algumas listas de livros que podiam dar boas prendas. 

Já este ano, fiz uma lista na altura do meu aniversário: selecionei 10 livros. Desses, durante o ano li três e comprei um... quanto aos outros 6, apenas continuo interessada em metade: Uma Coluna de Fogo, de Ken Follet, Pecados Santos, de Nuno Napumoceno e 1984, de George Orwell. 

Portanto, senhores e senhoras, segue a minha lista de livros que gostava muito de ter e que me deixariam feliz no Natal - além dos 3 já citados.

As Primeiras Quinze Vidas de Harry August, de Claire North
Harry August, como todos nós, vive a sua vidinha e morre. Contudo, e muito diferentemente do resto de nós, Harry volta e vive tudo outra vez. A capacidade de fazer escolhas diferentes e de alterar erros que cometeu... este livro tem uma média de 4.04 no Goodreads. 

Monteperdido, de Agustín Martínez
Trata-se do livro de estreia deste autor espanhol e a premissa do livro parece interessante: Ana e Lucía, duas amigas de onze anos de uma pequena aldeia dos Pirenéus, abandonam a escola e vão para suas casas. Mas nunca chegam ao seu destino.
Cinco anos mais tarde entre os despojos de um acidente de carro, num desfiladeiro próximo a Monteperdido, aparecem o corpo de um homem e uma adolescente gravemente ferida e desorientada.
É Ana, uma das meninas que desapareceu há muito tempo. 3.76 no Goodreads. 

A Sombra da Verdade, de Luís Ferreira
Falei deste livro há pouquíssimo tempo no blogue. A verdade é que as críticas são excelentes e a classificação de 4,82 do Goodreads faz pensar que temos aqui um belíssimo livro. 

O Mistério do Caso de Campolide, de Francisco Moita Flores
Apesar de não ser o livro de Moita Flores com melhor classificação no Goodreads, passa-se na altura do Estado Novo que é um dos meus períodos favoritos da História. Além de ser um thriller. E além de já ter saudades do autor de Mataram o Sidónio!.

O Pintor Debaixo Do Lava-Loiças ou A Boneca De Kokoschka, de Afonso Cruz
Nunca li nada de Afonso Cruz. Tenho dado prioridade a livros mais antigos na estante, ou a algumas novidades, ou a clássicos ou, imagine-se, a novos géneros - quem iria imaginar que euzinha ia gostar de ficção científica? - e, por isso, os livros de Afonso Cruz têm sido preteridos. Escolhi estes livros apenas por causa do nome - não são os que melhor classificação têm, mas foram aqueles cuja sinopse me chamou a atenção. 

A Avó e a Neve Russa, de João Reis
Tal como Afonso Cruz, nunca li nada de João Reis, mas tenho ouvido muito sobre este autor nos vídeos de booktubers portugueses. E dizem maravilhas. A Noiva do Tradutor e a Devastação do Silêncio são os outros livros assinados em nome próprio e qualquer um deles me faria feliz, para ser completamente honesta. Mais um nome a ter em consideração em compras futuras. 


sábado, 17 de novembro de 2018

Lido: As Flores de Lótus, de José Rodrigues dos Santos

Antes de mais, este livro assinala um momento "importante" para mim: alcancei a marca de 40 livros lidos em 2018 - o número de livros que me havia proposto ler no GoodReads. Alcancei o meu objetivo e isso deixa-me muito satisfeita.

À direita, na foto, está a capa original do livro.
À esquerda, a capa falsa, vista com mais frequência nos escaparates 

Agora, falemos do livro. É algo complicado, vou ser sincera. José Rodrigues do Santos elaborou, com este livro, um compêndio

da História Mundial, com salpicados de romance histórico. Temos um narrador que nos introduz à história de Artur Teixeira, um menino que vive com os pais, algures em Moçambique. Aos 10 anos, separa-se dos pais, e fica aos cuidados do Colégio Militar, em Lisboa.

Ao mesmo tempo que acompanhamos o crescimento de Artur, assistimos à queda da Monarquia, à instabilidade política nacional, à entrada de Portugal na Grande Guerra, à revolução de 1928, à entrada de Salazar no governo português...

Depois, conhecemos a família japonesa Satake. E da família russa Skuratov. E dos chineses Yang .

Cada uma das 4 famílias representa uma história e cada história é a representação de um momento da grande História Mundial. Tomamos conhecimento - pelos olhos de cada uma das crianças de cada família - às convulsões políticas e às revoluções desde o início do século XX.

Não é um mau livro. Mas é denso. Tal como disse acima, é um compêndio de História e um excelente resumo da ascensão de regimes de caráter totalitário, um pouco por todo o mundo. Em algumas vezes, senti-me perdida. A determinado momento, estava a ler um extenso monólogo na parte chinesa, sobre o comunismo. Há momentos complicados de conseguir seguir. Muitas conversas de caráter filosófico e político, muitas explicações, muitos nomes... historicamente, está aqui um pequeno mimo. Como romance, o leitor tende a dispersar e a "pedir" que a "lengalenga" acabe rapidamente.

Os capítulos não são muito longos. Uma ou outra vez, lá calha um mais compridinho, mas nada que assuste. O livro está dividido em 3 partes, que nos são introduzidas por uma página especial com excertos de Basho Matsuo (poeta japonês), Wang Changling (poeta chinês) e Li Ho (escritor chinês).

O livro - que faz parte de uma trilogia - deixa-nos no final dos anos 20, do século XX, às portas da Depressão de 1929, conforme nos alerta o narrador.

É inevitável estabelecermos paralelismos com a atual situação económico-política, nomeadamente, no que toca aos discursos de apologia à violência e da ascensão de movimentos extremistas. É um livro que recomendo, mas, com a salvaguarda: não esperem um romance típico. É quase uma aula de História, com elementos ficcionais lá pelo meio.





segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Novidade: A Sombra da Verdade, de Luís Ferreira

"Tropecei", por um mero acaso, há pouco tempo, com a página do escritor Luís Ferreira.
Essencialmente ligado à poesia, o Luís resolveu arriscar pela edição de romances.  Entre o Silêncio das Pedras (2013), O Peregrino (2016) e A Sombra da Verdade (2018) - todos sobre a temática dos Caminhos de Santiago. Os livros podem ser todos encontrados na Wook - deixo-vos a papinha toda feita: o link segue para a página do autor da Wook, com a apresentação de todas as obras.

Para começar achei a capa com uma aura tão misteriosa que tive de explorar mais. Ao ler mais um pouco, apercebi-me que tinha qualquer coisa de Dan Brown, e aparentemente não me enganei.  No Goodreads, A Sombra da Verdade tem a classificação de 4,5 estrelas - já li muitos livros com pior classificação - e as críticas são muito favoráveis.

Contactei o Luís através de mensagem no Facebook, que, simpaticamente, respondeu pouco depois e me enviou os materiais de divulgação desta obra 100% portuguesa. Deixo-vos aqui a sinopse o livro e o respetivo booktrailer para se entusiasmarem tanto como eu.

Mais uma achega: os livros Entre o Silêncio das Pedras e O Peregrino têm classificações de 4,2 e 4,4 estrelas, respetivamente, no Goodreads.

Sinopse:
Rafael Franco, um conceituado escritor português, que aborda sobretudo os Caminhos de Santiago na sua escrita, vê-se arrastado para a investigação a um estranho assassinato, após ter sido convidado para a apresentação do seu novo livro na capital da Galiza.
Uma antiga e secreta organização, autoconsiderada um braço armado de Deus, procura garantir, a qualquer custo, que a História, tal e qual a conhecemos, não seja alterada. Mas o aparecimento de um misterioso manuscrito do século XII coloca em alerta o grupo, já que o texto contém novos indícios relativos à fundação do culto ao Apóstolo São Tiago.
De um momento para o outro, e ainda sem perceber o que se passa à sua volta, Rafael irá encontrar-se no meio de uma teia de poderes obscuros e tornar-se parte integrante de uma sucessão vertiginosa de acontecimentos, que não só poderão colocar em causa a História, que temos como verdadeira, como a sua própria vida.

Booktrailer
sou da opinião que todos os livros deviam ter um


Sobre o autor:
Luís Ferreira nasceu no Barreiro, em 1970. Vive actualmente em Alcochete. Colabora regularmente com diversos websites ligados à escrita e às artes.
Publicou várias obras de poesia e prosa, iniciando a sua carreira literária em 2007.A sua poesia está também espalhada por diversas colectâneas. Do seu currículo consta uma menção honrosa no XIV Concurso de Poesia da APPACDM – 2009.

domingo, 4 de novembro de 2018

Lido: O Amante Japonês, de Isabel Allende

Maratona Literária: ler um livro com flores na capa - neste, é uma gardénia... muito importante no decorrer da ação.

Devem ser raros os livros com flores na capa que não sejam um romance, ou de botânica... este tem um "cheirinho" de botânica e a história de um amor que nasceu durante a 2.ª Guerra Mundial.

Alma e Ichimei apaixonam-se quando ainda são crianças... e pouco mais tarde, numa altura em que ser japonês, nos Estados Unidos da América, era pior do que ser nazi, surge a primeira separação que, no fim, mostra que o amor é mais forte do que as convenções sociais ou do que o preconceito.

Aproveitei este fim-de-semana de chuva para começar a ler este livro de Isabel Allende. Por alguma razão, durante muito tempo, rejeitei Allende. Estava farta de histórias de amor, talvez. Mas, com este "O Amante Japonês", chorei.

Pelo meio conhecemos Irina, uma jovem moldava com um passado tão tumultuoso e traumático que, ainda hoje, em adulta, sente, na pele, as dores de quando era criança. Seth, neto de Alma, tem uma passagem, por este livro, mais subtil. Não é o herói romântico desta história, mas é um homem de gestos por amor.

Vale a pena ler O Amante Japonês. Nele lemos sobre guerra, pedofilia, homossexualidade, cancro, VIH/SIDA, síndrome de Down, dor, perda, amor, amizade... é um romance muito completo e cheio de detalhes e de pequenas passagens de uma poesia maravilhosa.

A própria estrutura do livro é muito descomplexada... alternamos entre pedaços do passado de Alma, com a visão de Seth e de Irina, com bocadinhos de outros personagens que, não tendo um papel fundamental, são essenciais para que as linhas se cruzem e formem um quadro completo.

Excerto de uma carta de Ichimei:

"Afirmámos muitas vezes que amarmo-nos é o nosso destino, amámo-nos em vidas anteriores e continuaremos a encontrar-nos em vidas futuras. Ou talvez não exista passado nem futuro e tudo aconteça simultaneamente nas infinitas dimensões do universo. Nesse caso, estamos unidos constantemente, para sempre."

sábado, 3 de novembro de 2018

Lido: O espião que saiu do frio, de John le Carré

Comprei este livro há muitos anos, por meia-dúzia de cêntimos, numa feira algures na Praia da Vieira. Sei que o li. Mas, na verdade, foi como se o tivesse lido pela primeira vez: as minhas memórias eram quase nulas. Só me lembrava dos instantes iniciais quando o protagonista vê morrer, à sua frente, um dos seus colaboradores, baleado por militares alemães, do "outro lado da Cortina".

Pouco há a dizer sobre O espião que saiu do frio - um livro, editado em meados de 1963, que já foi lido por milhões de pessoas.

Leamas, espião britânico, quer-se reformar. Com 50 anos, sente-se assoberbado com o trabalho e pretende "deixar o frio". Contudo, é chamado para uma última missão: tem de se infiltrar no seio do inimigo para proteger a identidade de um espião que faz jogo duplo.

A atual geração de leitores e amantes de cinema já leu (e viu) muito James Bond, muito Ethan Hunt, muito Bourne e, talvez - só talvez - não consiga ter ideia do que este livro significa: estamos a falar de uma obra de espionagem que foi escrita e lançada em plena Guerra Fria, em que os movimentos pró-EUA ou pró-URSS estavam em ebulição.

É isto que me fascina nestes livros antigos - O espião que saiu do frio, foi considerado, em 2005, pela revista Time, como um dos 100 melhores romances de todos os tempos - é aquilo que podemos ler nas entrelinhas, se nos pusermos no tempo e ação do que estamos a ler. Hoje, há muitos romances históricos, thrillers históricos, que nos tentam localizar naquele tempo e naquela ação. O espião que saiu do frio foi escrito numa altura... bélica... por assim dizer e Carré não nos poupou nem um bocadinho, quando se tratou de descrever o sentimento reinante entre os agentes ativos.

Este livro pertence à coleção Minerva de Bolso, e data de 1973 (10 anos antes do meu próprio nascimento). Considerei-o como "thriller" para o Livropólio, a maratona literária em que estou a participar, desde 5 de outubro.

Mais espionagem (com desconto) na Wook: 

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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Lido: Heidi, de Johanna Spyri

Ler Heidi, além de ser um dos desafios da maratona literária em que participo, é, simultaneamente, um passeio às minhas memórias de criança.

Vi, pela primeira vez, a Heidi numa cassete de vídeo que os meus pais compraram. Não me recordo ao certo que idade teria quando o vídeo veio "morar" para nossa casa, mas lembro-me que os meus pais compraram várias cassetes para mim e para o meu irmão.

Mais tarde - e até já escrevi por aqui - por volta dos 10 anos, a minha mãe comprou-me a coleção da Condessa de Ségur, e nesta série, vinham mais alguns títulos clássicos, como o David Copperfield de Charles Dickens (uhhhh, eu a dar uma de intelectual - li Dickens com 10 anos - sou tão culta, uhhhh!!!) e este livro da Heidi.

No passado fim-de-semana, fui à casa onde cresci e de onde saí há 8 anos. Ainda lá estão muitos dos meus livros: Uma Aventura, O Clube das Chaves... e os meus livros da Editorial Pública. Depois de muito pensar, trouxe a Heidi comigo, para cumprir, o desafio 11 do Livropólio - Ler um livro infantil ou juvenil.

Heidi, aos 5 anos, é largada em casa do avô. A tia Dete arranjou emprego em Frankfurt e não pode mais ocupar-se da pequena orfã. Se, ao princípio, parece estranho à pequena ser largada junto daquele velho com ar rezingão, depressa, entre ambos, nasce uma afinidade e um amor, difíceis de mensurar.

A juntar à alegria de viver nas montanhas, em liberdade, Heidi conhece Pedro, o jovem pastor, e ficam amigos.

Algum tempo depois - cerca de 3 anos - Dete regressa para levar Heidi. Há uma outra família que  precisa de uma companheira para Clara, uma menina que está confinada a uma cadeira de rodas. Chegadas a Frankfurt, Heidi, sem mais explicações, é "despejada" em casa do senhor Sesemann, para acompanhar Clara.

Depois de muitos altos e baixos, e de muitas inocentes travessuras, Heidi começa a ficar doente de saudades das montanhas. E o tratamento é simples: regressar para casa do avô. Rapidamente, a menina recupera a saúde e a alegria. Os capítulos finais contam como Clara voltou a andar depois de uma temporada revigorante junto de Heidi e do avô, no planalto, e da amizade improvável entre as famílias.

Uma nota: não considerei este livro no meu Reading Challenge do GoodReads. Li-o, em pouco mais de duas horas (são 192 páginas, apenas), e seria quase batota, porque, se não fosse "obrigada" pelo Livropólio, certamente não o releria.




sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Lido: A Túlipa Negra, de Alexandre Dumas

Há poucas semanas, vi, na Netflix, a série Os Três Mosqueteiros - fiz aqui uma brevíssima referência a esta série ao falar do ator Tom Burke (que interpreta o Athos), que atualmente, "é" Cormoran Strike da série de Robert Galbraith.

Ver Os Mosqueteiros fez-me ter vontade de ler clássicos.

E uma das grandes vantagens do Kindle é conseguir ter na mala vários clássicos, e puder-me "esticar" com o número de livros que posso ir lendo.

Por outro lado, podia ter começado a ler Os Três Mosqueteiros, já que estava imbuída do espírito, mas, como aderi à maratona literária Livropólio, tenho objetivos a cumprir. Optei por A Túlipa Negra, do mesmo Alexandre Dumas.

A Túlipa Negra conta-nos a história de Cornélio, um jovem botânico que pretende vencer uma competição de túlipas: 100 mil florins a quem apresentasse uma flor negra, sem imperfeições.
Vítima de inveja de um vizinho e de um mal-entendido, Cornélio é preso e sentenciado à morte. No dia em que é detido, conhece Rosa, a filha do carcereiro e os dois jovens caiem de amores um pelo outro.

Já com o carrasco prestes a decapitá-lo, Cornélio é salvo da morte, por ordem do príncipe, mas sentenciado a prisão perpétua.

Pelo meio, o vizinho invejoso continua a querer ultrapassar Cornélio - a qualquer preço - e a relação com a bela Rosa sofre altos e baixos.

É uma história de amor intemporal, que se passa em 1672, brilhantemente escrita, porque temos um narrador que nos conta a história como se toda a ação se passasse diante dos seus olhos. Fala com o leitor, como se estivéssemos sentados no mesmo sofá. Cria proximidade e empatia com o leitor, sem serem forçadas. São apenas 223 páginas que se lêem num piscar de olhos, apesar do formalismo dos diálogos - Cornélio e Rosa, apaixonados, passam todo o tempo a tratar-se por "menina Rosa" e "senhor Cornélio".

Dei 5 estrelas no Goodreads. Achei que uma história tão simples, mas tão amorosa, e que ao mesmo tempo nos consegue instruir sobre o clima político da época - é uma história para 5 estrelas.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Lido: O Padrinho, de Mario Puzo

Já terminei "O Padrinho", do italiano Mario Puzo. A minha edição foi, literalmente, herdada da minha tia-avó Luísa, e data algures dos anos 70. É uma edição tão velhinha - literalmente, segura por fita cola - e já me acompanha há cerca de 7 anos.

Por alguma razão, ainda não o tinha lido, mas graças à minha decisão de participar numa maratona literária, peguei nele e consegui terminá-lo em apenas uma semana.

Nesta altura do campeonato, poucas devem ser as pessoas que não tenham visto o filme O Padrinho, de Francis Ford Coppola (ou a trilogia - mas, vá, o 1.º filme), e posso dizer que não me recordo de uma passagem livro-filme tão bem feita. Já vi o filme há muito tempo, e juro que as imagens estavam a correr na minha cabeça, enquanto lia.

O casamento de Connie, Michael e Kay, Sonny e Freddo, a figura imponente de Marlon Brando como Don Corleone, o chefe de uma das mais respeitadas famílias de Nova Iorque.

Em O Padrinho, seguimos a família Corleone com todos os seus altos e baixos: a influência juntos dos agentes judiciários, a guerra entre as famílias, a morte de Sonny, Don Corleone no hospital depois de ter sido alvejado, a sua semi-aposentadoria e consequente ascensão de Michael, como o novo Don.

É muito bem escrito. Quando leio livros tão antigos - e O Padrinho foi lançado em 1969 - tenho medo que "envelheçam" mal e que não me cativem. Talvez ter lido antes o livro da história da Cosa Nostra e de já ter visto o filme, me tenha pré-preparado para a obra de Puzo. Estou muito satisfeita comigo mesma e com o facto de ter ultrapassado qualquer que fosse a barreira que me separava deste pedaço de literatura.

domingo, 14 de outubro de 2018

#MLLivropólio

Há poucos dias, andando e desandando atrás de páginas de outros book-bloggers e canais de booktubers, encontrei um grupo, muito interessante, no Facebook, criado pelas meninas por detrás dos blogues Linked Books e Flamesmr (os links irão direcionar para as suas páginas de Facebook).

Trata-se de uma maratona literária de Outono/Inverno que termina a 14 de fevereiro. Temos 16 desafios a cumprir - além dos quatro desafios-extra - e já estou encaminhada.

Casa 1 – Ler um conto ou um livro de contos: li um conto do livro "Contos Completos", de Truman Capote;

Casa 7 – Ler um livro que já tenha sido adaptado para o cinema: li "O Padrinho" de Mario Puzo;

Casa 8 – Ler um livro à vossa escolha: na altura do início do desafio estava a ler "Cosa Nostra - Um Século de História da Máfia, de Eric Frattini", e considerei esse;

Casa 11 – Ler um livro infantil ou juvenil: comecei a ler "Heidi", de Johanna Spyri.

Ainda não decidi todos os livros para todos os desafios, e mesmo os da fotografia, são passíveis de saírem e darem a vez a outros. E, há outros livros que vou ler no Kindle.
Estou bastante entusiasmada com esta maratona. É a 1.ª vez que participo e estou confiante que vou completar a grande maioria destes desafios.


sábado, 13 de outubro de 2018

Novidade: Sabes quem é?, de Karin Slaughter

Uma das grandes novidades do catálogo da Harper Collins Ibérica, deste mês de outubro, é o novo livro de Karin Slaughter, um dos nomes grandes dos thrillers literários: Sabes quem é?

Sobre o livro: 
Andrea Cooper sabe tudo sobre Laura, a sua mãe. Sabe que passou toda a vida em Belle Isle, uma pequena cidade litoral; sabe que jamais lhe escondeu qualquer segredo. Porque todos nós sabemos tudo acerca das nossas mães, não sabemos?

A sua vida sofre uma reviravolta radical quando uma ida ao centro comercial se converte num banho de sangue e Andrea vê uma faceta completamente desconhecida de Laura. Ao que parece, antes de Laura ser Laura, era uma pessoa completamente diferente. Passou os derradeiros trinta anos a esconder a sua anterior identidade, sem dar nas vistas, na esperança de que ninguém descobrisse o seu paradeiro. Mas agora encontra-se exposta e já nada voltará a ser como dantes.


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Contagem decrescente para o Festival Bang

Depois do sucesso da 1.ª edição, o Festival Bang! está de regresso com muitas novidades.
Para além de um horário alargado - das 11h00 às 21h00 - haverá mais palestras, sessões de autógrafos, uma exposição sobre H. P. Lovecraft e demonstrações de cosplay, magia e sabres de luz.

Robin Hobb, a convidada de honra deste ano, também estará em Portugal para conversar com os fãs sobre a sua obra literária.

27 de outubro, no Pavilhão Carlos Lopes (Lisboa)

Site oficial: https://festival-bang.com/

Que a Força esteja contigo neste Festival Bang!
Fundada em 2014, a SilverBlade é a primeira Academia de combate com Lightsaber em Portugal e vai estar presente na segunda edição do Festival Bang!
Atuações e atividades em eventos de cultura geek e diversas parcerias formadas, bem como participações em ações publicitárias do mais recente filme da Guerra das Estrelas, a travessia da SilverBlade tem sido sinuosa mas assertiva.

A Liga Steampunk estará na segunda edição do Festival Bang!A Liga de Steampunk de Lisboa mais uma vez vai participar no Festival Bang! com algumas atividades de animação cultural e exposição do que é o trabalho e temática da Liga:

Bring Your Own Book:
Não sabes a resposta? Não faz mal, estará contida nas páginas que tens à tua frente! A Liga Steampunk de Lisboa convida-te a jogar BYOB – Bring Your Own Book, um jogo de frases que, em conjunto com o acervo da Saída de Emergência, te promete rondas e rondas de diversão.

Banca de Tiros:
Vem libertar vapor com a banca de tiro da Liga Steampunk de Lisboa. Só tens que apontar uma das pistolas Nerf modificadas e confiar na tua pontaria!

Banca de venda e exposição:
A Liga Steampunk de Lisboa expõe o melhor dos seus bric-à-bracs bélicos na mesma banca onde terá dezenas de acessórios para completar o fato de qualquer dama ou cavalheiro. Se vens mergulhar no fantástico, veste-te a rigor!

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Novidade: Espaço para Sonhar, de Kristine McKenna

Neste livro único, conjugação de biografia e memórias, David Lynch revela, pela primeira vez, os pormenores de uma vida preenchida e fascinante, vivida de acordo com uma visão singular, não faltando o relato das muitas mágoas e batalhas que teve de travar de modo a conseguir concretizar os seus arrojados projetos.

Em Espaço para Sonhar, (Elsinore | 704 pp. | 29.99€) as reflexões de Lynch, poéticas, íntimas e francas, ecoam nas secções biográficas escritas por Kristine McKenna, sua colaboradora próxima, tendo por base mais de uma centena de entrevistas inéditas, incluindo a ex-mulheres, familiares, amigos, atores, agentes, músicos e colegas nas mais variadas áreas, cada um revelando a sua própria versão dos acontecimentos. Espaço Para Sonhar é a oportunidade única de se ter acesso total à vida e mente de um dos artistas mais enigmáticos e profundamente originais do nosso tempo.

O lançamento oficial do livro decorrerá no Lisbon & Sintra Film Festival (16 a 25 de Novembro) com a presença confirmada de Kristine McKenna, coautora da obra. 



terça-feira, 9 de outubro de 2018

Novidade: A Solidão de Sermos Dois, de Maria João Carrilho

E se, na busca do pai desconhecido, descobrirmos, com sobressalto, que o preferimos ausente?

Sobre o livro:
Um romance contemporâneo que nos faz acompanhar uma família em busca da sua identidade. Uma história cravejada pelo trauma do abuso, a figura do predador, a sombra do incesto. Um périplo romanesco contemporâneo que nos transporta numa viagem com paragens tão dispares quanto Lisboa e Irlanda, África e Neve Shalom, algures entre Israel e a Palestina. Tudo cabe em A Solidão de Sermos Dois, uma obra da escritora lisboeta Maria João Carrilho, autora de livros como A Praça do Império, com a chancela da Guerra e Paz Editores.

Ninguém é completamente bom nem completamente mau: o lema da protagonista desta história. Eliza - Liza para os que ama – é uma jovem lisboeta que cresceu sem conhecer as suas verdadeiras origens. O romance ganha forma, quando Liza se depara com o desejo de querer encontrar o seu pai que nunca conheceu, à medida que vai enfrentando os agoiros que a afectam a si, a Laura, a sua mãe e a Flora, a sua tia.

Mas e se, na busca do pai desconhecido, descobrirmos, com sobressalto, que o preferimos ausente? Para descobrir apenas é preciso virar a página.

O que é certo é que A Solidão de Sermos Dois já está a despertar opiniões. Desde logo a do poeta António Carlos Cortez, que após a leitura desta obra afirma: «Ao estado geral da arte do romance em Portugal, Maria João Carrilho responde com um saber técnico da narrativa. Três vozes femininas contam, dos anos 60 à actualidade, um modo de viver o tempo, a memória e o amor, aceitando-se a lição do verso de Ruy Belo – na solidão acompanhada vivemos».

Mas o verso do poeta e ensaísta português não é caso órfão, a autora inspira-se ainda nas obras de David Mourão Ferreira, Amália Rodrigues e Carlos Tê. Referências basilares para o trabalho de Maria João Carrilho neste livro a não perder.

Ficha Técnica:
A Solidão de Sermos Dois
Maria João Carrilho
Ficção / Romance
120 páginas · 15x23 · 13,00 €
Nas livrarias desde 2 de Outubro
Guerra e Paz, Editores

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Lançamento: Hoje É Dia de Consulta, de Maria do Céu Machado

Maria do Céu Machado, Médica Pediatra e presidente do Infarmed, escreveu Hoje É Dia de Consulta, um livro para pais e crianças que ajuda a enfrentar o medo de consultas e hospitais. O lançamento teve lugar na passada segunda-feira, dia 1 de outubro, no El Corte Inglés.

Hoje É Dia de Consulta (ed. Booksmile | 64 pp. | 13,99€) já chegou às livrarias. 
A Booksmile disponibiliza as primeiras páginas para leitura aqui.

Sobre a autora: 
Maria do Céu Machado é médica pediatra e professora de Pediatria na Faculdade de Medicina de Lisboa. Dirigiu os departamentos de Pediatria do Hospital da Amadora (1996 a 2006) e do Hospital Santa Maria de 2011 a 2017. Atualmente, é presidente do Infarmed, a Agência Portuguesa de Medicamentos e Produtos de Saúde. É pediatra há mais de 35 anos e tem já «netos clínicos», filhos de rapazes e raparigas de quem foi médica.

Sobre o livro: 
Escrito numa linguagem simples, apelativa e rigorosa, é um livro dirigido a toda a família. Responde a várias questões práticas (por exemplo, para que servem as vacinas), inclui conselhos para os pais, esquemas detalhados e ilustrações coloridas.

Acabaram-se os medos na hora de ir ao médico! Hoje, os gémeos vão ao médico. Eles já sabem a rotina: ver o peso, a altura, inspirar e expirar… Não custa nada! É importante irmos ao médico, mesmo se não estivermos doentes, para sabermos se está tudo bem connosco. E às vezes, se estamos mesmo mal, temos de ir ao hospital. Pode ser assustador entrar num sítio tão grande e precisarmos de fazer exames em aparelhos esquisitos. E surgem tantas perguntas:

• Para que servem as vacinas?

• Os raios-x fazem doer?

• Porque é que as pessoas recebem pulseiras coloridas na urgência do hospital?

Estas e muitas outras dúvidas são explicadas de forma clara e com ilustrações cheias de cor, ajudando a vencer o medo de ir a uma consulta ou ao hospital. O livro ideal para os mais pequenos se sentirem confiantes na próxima ida ao médico!

domingo, 7 de outubro de 2018

Apresentação: A Palmeira, de Pedro Goulão

«A Palmeira» o que é?
Será um romance que é uma autobiografia? Uma biografia romanceada? 
E se for um romance que é uma autobiografia autorizada?

Neste Outono, aglutinado por um Verão que tarda em desparecer, ainda há quem passeie de calções pela praia e recupere memórias «de pistas de caricas na areia, de mar, de mesa, de risos e de livros, de viagens e de sol. De luz e de sombras. E escaldões, sobretudo escaldões». Memórias como as de Pedro Goulão, talentoso guionista responsável pelos sketches de alguns dos maiores humoristas portugueses, compiladas em A Palmeira, romance – de inspiração autobiográfica – editado pela Guerra & Paz, que irá acompanhá-lo nesta rentrée.

Este romance é feito de memórias, mas também de retratos. Retratos de quatro gerações da família do autor, e das peripécias que viveu nas férias. Sempre no mesmo sítio, com as mesmas pessoas e na mesma altura do ano.
Pedro Goulão rompe as barreiras do romance e assume A Palmeira como a sua primeira «autobiografia autorizada», escrita entre a imaginação e o pícaro de episódios humorísticos, o que nos levará a questionar o que é real e o que é ficção.
«Nela, encontrarão algumas das melhores pessoas que conheço. E eu. Sobretudo eu. Bastante melhorado e heróico, seguramente mais magro. Afinal de contas, é a minha autobiografia autorizada, e é mesmo muito possível que algumas das coisas nela relatadas só se tenham passado na minha imaginação. Outras, as inverosímeis, passaram-se mesmo», afirma o escritor.

Um livro cozinhado entre um saboroso domínio da língua portuguesa, uma doce ternura pelas suas personagens, mas também um gosto muito particular pelo exagero e pela auto-depreciação, que certamente lhe proporcionarão momentos de gargalhada lacrimejante.

A apresentação deste livro teve lugar a 2 de outubro, no bar Gin Lovers, no Príncipe Real, em Lisboa. Fotos: Facebook Guerra e Paz Editores



sábado, 6 de outubro de 2018

Lido: Cosa Nostra - Um Século de História da Máfia, de Eric Frattini

Há umas semanas, deu, no National Geographic, um documentário sobre Salvatore "Toto" Riina, il capo di tutti capi da Cosa Nostra siciliana, falecido quase há um ano.

Ver esse documentário, inspirou-me a ler um livrinho que já morava cá por casa há bastante tempo, escrito por Eric Frattini, jornalista, analista político, romancista, conferencista (entre outras coisas). O meu excelso esposo comprou-o, há para lá de muito tempo, já o leu e recomendou-mo, mas ainda não tinha sentido o chamamento, confesso.

Neste livro, Eric Frattini conta como surgiu, nos Estados Unidos, o crime organizado, ano-por-ano, desde 1895 até aos nossos dias: desde a Mão Negra até à Cosa Nostra como a "conhecemos". A verdade é que, ver Os Intocáveis, Os Soprano, Broadwalk Empire ou The Good Fellas poderá dar-nos a impressão de saber muito sobre o assunto... nope... nada mais errado, meus amigos!

O livro, em si, tem 366 páginas, mas cerca de 100 são anexos com glossário, breves biografias de alguns nomes citados, bibliografia e outros documentos consultados, a descrição das cimeiras da Cosa Nostra ao longo dos anos, e a descrição das famílias com atualização até aos nossos dias. É um trabalho de investigação muito profunda e extremamente bem documentado.

Cosa Nostra - Um Século de História da Máfia é um livro de 2012, editado pela Bertrand, editora de grande parte dos (muitos) livros já escritos por Frattini e publicados no nosso país.

Quem pegar nele não se iluda: não é romanceado, nem floreado... tem 24 páginas de fotografias e algumas delas mostram explicitamente, alguns cadáveres. A descrição de alguns assassinatos é muito gráfica - por exemplo, a dos dois irmãos que eram assassinos da Cosa Nostra e que eles próprios foram alvejados e enterrados vivos.

Um dos últimos grandes julgamentos de um Don, John Gotti, em 1992, mereceu um capítulo muito detalhado com excertos das transcrições de depoimentos, que culpabilizaram Gotti e sentenciaram a prisão perpétua.

Soberbo!

(agora, há fortes possibilidades de ir ler O Padrinho, de Mário Puzo - até porque aceitei o desafio lançado numa comunidade livrólica, para uma maratona que decorre até Fevereiro, e tenho de ler um livro que deu origem a um filme)

Novidade: Coleção ‘Explorer Academy’

Sobre o livro:
A National Geographic estreia-se no mundo da ficção juvenil com a coleção de livros ‘Explorer Academy’. O primeiro livro da saga – ‘O Segredo de Nebula’ – estará à venda desde 2 de outubro, com a chancela da ASA, uma das editoras do Grupo LeYa. 

Destinado aos jovens entre os 8 e os 12 anos, a coleção ‘Explorer Academy’, da autoria de Trudi Trueit, conta a história de um rapaz de doze anos – Cruz Coronado – que deixa a sua casa no Havai para ir estudar na prestigiada Explorer Academy.

É nesta instituição que ele e mais 23 jovens de todo o mundo serão treinados para se tornarem a próxima geração de grandes exploradores. Para Cruz, no entanto, há algo mais em jogo. Assim que chega à Academia, descobre que a sua família partilha com a organização um passado misterioso que poderá colocar em perigo o seu futuro. Ele até podia dedicar-se apenas a participar nas aulas ou a resolver os enigmas que lhe são lançados, a fazer novos amigos ou a divertir-se nas mais incríveis expedições de realidade aumentada; mas Cruz terá forçosamente de encontrar a resposta para as maiores questões da sua vida: Quem anda atrás dele… e porquê?

Uma referência mundial em temas de exploração e ciência ao longo de mais de 130 anos, a National Geographic dá agora um salto para o mundo da ficção com o lançamento desta nova série de livros destinada ao público jovem. Jornalistas, cientistas e exploradores da National Geographic Society foram a fonte de inspiração para as aventuras e histórias narradas ao longo da coleção. As suas descobertas, que envolveram alta tecnologia e os mais modernos métodos de investigação, foram a base para contar a história de Cruz Coronado.

Com o lançamento de um livro por ano, cada volume foca-se em vários temas centrais do universo da National Geographic, nomeadamente a geografia, a história e a arqueologia, os enigmas do cosmos, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia com base na engenharia e na matemática, bem como a exploração de vários locais do mundo e das suas culturas.

A autora norte-americana Trudi Trueit, responsável por mais de cem livros para jovens leitores, escreveu esta saga com a preocupação de cada livro funcionar como uma publicação independente. Mas também com o objetivo de cada um deles fazer parte de uma experiência concebida e produzida para que as personagens e a narrativa funcionem em várias plataformas, desde os livros impressos ao suporte digital, em vários tipos de ecrãs.

Para Luís Fernambuco, diretor geral da National Geographic Partners em Portugal, “É nossa convicção que a educação e a partilha do conhecimento, através de uma narrativa inspiradora e credível, são uma ferramenta poderosíssima para transmitirmos às próximas gerações a importância pelo respeito dos valores humanistas e da conservação do nosso planeta. Com a coleção ‘Explorer Academy’ procuramos transmitir estes valores ao público mais jovem, através de uma história empolgante e com personagens com as quais ele se possa identificar, até porque são inspiradas em pessoas e projetos de investigação reais. Estou certo que os nossos jovens leitores se irão imaginar a eles próprios em muitas destas aventuras e que com esta coleção estaremos a contribuir para a criação de uma nova geração de exploradores portugueses.”

Nas palavras de Vítor Silva Mota, editor infanto-juvenil da ASA/LeYa, “trata-se de uma coleção verdadeiramente apaixonante, não só pelo ritmo acelerado da narrativa e pelas voltas e reviravoltas da história, mas também – e talvez sobretudo – pela credibilidade da mesma, que faz com que os leitores se identifiquem automaticamente com as situações descritas e se sintam quase como que mergulhados na própria aventura. As componentes humanista, ecológica e científica, que sempre foram apanágio da National Geographic, estão bem presentes ao longo do livro e não deixarão com certeza de inspirar os leitores a perseguir os seus próprios sonhos de acordo com aqueles valores. Por tudo isto, foi com muita satisfação que a ASA abraçou desde o primeiro momento esta parceria com a National Geographic e é agora com muito orgulho que publica o primeiro volume daquela que promete vir a ser uma série de referência para o futuro.”

Um passeio até às minhas memórias: Harry Potter

Através de um canal que conheci recentemente - The Phoenix Flight - ocorreu-me uma excelente memória para reativar este "Um passeio às minhas memórias" e que é a saga Harry Potter.

Nasci em 83. O 1.º livro - Harry Potter e a Pedra Filosofal - foi publicado, em Portugal, em 1999, e eu contava com 16 anos na altura. "Supostamente" não deveria ter achado grande piada a um livro que segue a vida de um miúdo de 10 anos que, de repente, descobre que é feiticeiro e vai para uma escola de magia.

A minha mãe - claro, sempre ela! - comprou o livro, quase de certeza, para o meu irmão que, em 99, tinha 11 anos. É o que faz mais sentido! Mas, a verdade é que uma história, aparentemente, tão simples, conquistou-me o coração e os livros seguintes foram comprados por minha insistência.

Passei o fim da minha adolescência e início de juventude, a "viver" em Hogwarts, a emparceirar com Harry, Hermione e Ron, a torcer nos jogos de Quidditch e a contar os pontos-extra para Gryffindor. Ri, chorei com este mundo mágico até ao fim: 7 livros e 8 filmes. A minha vida em Hogwarts durou 12 anos: entre 1999 e 2011 - desde o 1.º livro ao último filme - dos 16 aos 28 anos. 

Apenas este ano, vi o filme "Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los" (o filme foi lançado em 2016). Acho que invoquei em mim a ideia que, aos 35 anos, não seria aceitável voltar a deixar-me fascinar com um mundo mágico saído da mente de uma senhora inglesa. Mas gostei. Muito!

Agora que sou mãe, literariamente, espero, com ânsia, que o Henrique faça 10 anos; quero muito que ele também se deixe conquistar pela magia e seja selecionado para os Gryffindor!

A minha edição (em português) é igual a esta

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Novidade: O Que Fazem os Adultos Durante o Dia?

A resposta está nesta novidade literária da Fábula, que descreve e ilustra mais de 100 profissões, em locais de trabalho tão diversificados como o Hospital, a Escola, o Hotel, o Aeroporto ou a redação do Jornal.

O Que Fazem os Adultos Durante o Dia? (64 pp. | 14,99€) já chegou às livrarias.


terça-feira, 2 de outubro de 2018

Lido: O Tatuador de Auschwitz, de Heather Morris

Ao longo dos anos, já li muitos livros cujo ambiente se localizava em Auschwitz-Birkenau, ou nos arredores. 2018 tem sido o ano em que mais livros, sobre este tema, tenho lido.

Antes de mais, é baseado em testemunhos reais. O nosso personagem principal - o tatuador Lale, existiu realmente. E, de acordo com o que li, cerca de 95% do livro, é verídico.
O Tatuador de Auschwitz, por si só, não é um livro que explora a guerra, ou que fala dos horrores daquele campo de concentração. No fundo, é um romance.

No GoodReads, classifiquei-o com 3 estrelas. Vou tentar justificar-me: parece estranho alguém classificar com um "é bonzinho, vá", um livro que descreve o sofrimento de alguém que sobreviveu a Auschwitz, mas a verdade é que não não é um livro bem escrito.

Mas já lá vou.

O Tatuador de Auschwitz conta-nos a história de Lale, um jovem na casa dos 20, natural da Eslováquia, que se voluntaria para o transporte para os campos de concentração, na esperança, de assim, poupar a restante família.
Pouco depois de lá chegar, contrai tifo, e acaba por sobreviver graças à ajuda de Pepan, o homem responsável por tatuar, nos recém-chegados, os números pelos quais iriam ser conhecidos a partir de então. Pepan, francês, toma Lale como seu assistente. Pouco depois, Pepan desaparece e Lale torna-se o tatuador oficial de Auschwitz-Birkenau, com todos os benefícios que essa posição lhe traz, como um quarto individual, reforço na alimentação, maior liberdade de movimentos, dispensa dos trabalhos pesados, etc...

Nessa função, conhece Gita e apaixona-se. Ao mesmo tempo, consegue construir uma rede de troca de dinheiro e jóias, vindas dos blocos conhecidos como "Canadá", onde iam parar os pertences dos prisioneiros, por comida ou medicamentos, vinda do exterior. Desta forma, ia distribuindo comida por quem precisava ou como pagamento de favores.

Em 1945, com a libertação do campo, acabam por se reunir passado alguns meses e casam em outubro desse mesmo ano. E viveram juntos até à morte de Gita em 2003. Nesse ano, Lale conheceu Heather Morris, e considerou que era o momento certo para contar a história de ambos
. As entrevistas duraram mais três anos, até à morte de Lale em 2006.

É explícito, no fim do livro, naquelas partes que quase ninguém lê, que Heather Morris havia pensado a obra que apresentou como o guião para um filme, e que, ao fim de contas, deu um livro. Os diálogos, a constante troca da narração entre a 1.ª e a 3.ª pessoas... parecem muito estranhos. E já para não falar que a descrição das condições do campo dá quase a sensação que Lale estava num campo de férias um "tudo ou nada" mórbido e não num campo de extermínio nazi. Falta mais emoção - a autora esperava transmitir isso em ecrã, mas, em livro, não resultou e perdeu-se muito na adaptação do guião.

Percebi, nas entrelinhas, que Heather queria mostrar que, ali, em condições extremas, era possível haver amor, haver camaradagem e companheirismo, solidariedade... contudo, pela rama, o que fica é que Lale era um homem a quem a sorte sorria muito mais do que a outros em circunstâncias iguais ou semelhantes. O livro foi aclamado e tem muito boas críticas - e ainda bem! - mas, sinceramente, não me conquistou em pleno, porque senti, ao longo de toda a leitura, que faltava mais qualquer coisa.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Os dois livros de Joana Veríssimo

Acabei de ler, de uma penada, Há pesadelos que nos fazem acordar e Sorriste-me, ambos de Joana Veríssimo, uma jovem autora que está a dar os primeiros passos no mundo da escrita. Formada em Jornalismo e Comunicação pela Universidade de Coimbra, apercebi-me pelo que li, que a escrita é um desejo antigo que agora começa a ganhar forma...

A Joana, simpaticamente, ofereceu-me a possibilidade de ler os seus dois lançamentos que, desde já, muito agradeço.

Há pesadelos que nos fazem acordar foi o primeiro. Trata-se de um conjunto de crónicas e cartas, cujo tema gira em torno de um sentimento maior: o amor. Grande parte destes escritos são pensamentos, reflexões e análises a diferentes tipos de amor. Sente-se, claramente, a dor de uma perda amorosa - não há ninguém no mundo que não tenha passado pelo fim de uma relação que não se reveja em muito daquilo que Joana escreve.

Contudo, prefiro destacar as páginas dedicadas ao avô. Sempre deixei clara a perda da minha mãe há 13 meses e senti, de forma muito clara, as palavras que a autora deixa sobre a perda física de um ente querido.


Sorriste-me (lançado este ano), por sua vez, é um livro romântico. Seguimos a história de amor de Laura e Pedro - e temos "acesso" ao pensamento de ambos, intercalado com excertos de músicas bem conhecidas  Pedro Abrunhosa, Sérgio Godinho, Rui Veloso, Ana Carolina, etc... 
Assistimos ao nascimento de um amor, ao pedido de casamento, à boda junto dos amigos... e ao final feliz que se, enquanto leitora, esperava. É um livro pequenino que se lê muito bem, especialmente, se tivermos uma alma cor-de-rosa e que acredita que os amores podem ser para toda a vida. 

Ainda se nota, nas entrelinhas, a juventude da Joana; o que é bom para quem já escreveu dois livros - há ainda uma enorme margem para desenvolver este aspeto. Daqui a 10 anos, gostaria de continuar a ouvir falar da Joana. 

Podem saber mais sobre a Joana Veríssimo na sua página oficial do Facebook: https://www.facebook.com/jisrv/


Lançamento "Viagem ao Património Português"

Por iniciativa da União Europeia celebramos em 2018, pela primeira vez, o Ano Europeu do Património Cultural. É uma oportunidade para a realização de iniciativas envolvendo comunidades, cidadãos, organizações, entidades públicas e privadas, contribuindo para uma maior visibilidade da cultura e do património e para o reconhecimento da sua importância e do seu caráter transversal em todos os setores da sociedade.

A Editora Fábula teve, a propósito desta iniciativa especial, a original de ideia de criar e lançar Viagem ao Património Português (Ed. Fábula | 72 pp. | 14,99€), de Rita Jerónimo (texto) e Alberto Faria (ilustração). 
Um livro que dá a conhecer os 23 elementos do Património Português considerados pela UNESCO como Património da Humanidade (material e e cultural imaterial). Fomentando a descoberta do Património em família, leitores de todas as idades vão descobrir e aprender curiosidades sobre estes elementos e sentir orgulho pela sua riqueza e diversidade.



Sobre o livro:
Os avós da Sara e do Tomás desafiaram os netos para uma viagem à descoberta do património cultural português reconhecido como Património da Humanidade pela UNESCO. Ao longo do passeio vão ficar a conhecer a Paisagem do Douro Vinhateiro, os Bonecos de Estremoz, o Convento de Cristo, o Fado, entre muitos outros tesouros do nosso país. As ilustrações bem-humoradas de Alberto Faria, combinadas com o rigor e a criatividade do texto de Rita Jerónimo, tornam esta viagem inesquecível para leitores de todas as idades. E no final, as observações divertidas e curiosas dos irmãos e as explicações simples, e cheias de sabedoria, do avô Zé e da avó Alice vão deixar saudades. Afinal, a «saudade» é ou não é um património cultural imaterial português?

Sobre os autores:
Rita Jerónimo nasceu em Lisboa, mas tem raízes em África. É antropóloga de formação e coração. Tem trabalhado desde sempre na área do Património, tanto o material, em projetos museológicos em vários locais do país, como, mais recentemente, o património cultural imaterial, tema do seu projeto de doutoramento, cujo estudo de caso é a candidatura do Fado à lista da UNESCO.

Alberto Faria nasceu em Lisboa, onde se licenciou em Design pela Faculdade de Belas Artes. É diretor de arte e ilustrador. Colaborou com as agências de publicidade BBDO, Brandia, Fuel e Young & Rubicam, entre outras, e em publicações como O Público, Diário de Notícias, Ler, Evasões e Volta ao Mundo. Foi premiado em alguns dos principais festivais de publicidade nacionais e internacionais, e foi autor de sardinhas premiadas nas Festas de Lisboa em 2013, 2014 e 2015.


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Novidade - a partir de 3 de outubro

Sobre o livro:

A criatividade torna-nos especialmente avançados enquanto espécie, mas também nos dá o potencial para sermos extremamente perigosos, sobretudo no que respeita ao nosso planeta. Neste livro profundo e revelador, Edward O. Wilson procura saber como surgiu esta expressão humana única e fundamental e como se manifestou ao longo da história da nossa espécie.

Revelando grande sensibilidade e misturando meditações filosóficas com factos científicos, o autor demonstra que a criatividade teve início há mais de cem mil anos e narra a sua evolução desde os antepassados primatas até aos seres humanos. Os primeiros Homo sapiens tinham um cérebro e uma memória maiores, levando à elaboração de narrativas internas e, pela primeira vez na vida, a uma verdadeira linguagem. A partir daí, surgiu a nossa criatividade e cultura sem precedentes.

Wilson aborda ainda a importância da relação entre as humanidades e as ciências: o que se oferecem mutuamente, como podem unir-se e quais são as suas lacunas.

O passado e o presente da criatividade e da humanidade, e também uma proposta de mudança, para que, no futuro, possamos aprender mais sobre a natureza humana e aperfeiçoar a nossa relação com a natureza.

Sobre o autor:
Edward O. Wilson é um dos mais proeminentes biólogos do mundo. Nasceu em Birmingham, no Alabama, em 1929 e desde cedo se sentiu atraído pelo ambiente natural. Professor emérito da Universidade de Harvard, reside com a mulher em Massachusetts.

Escreveu mais de 30 obras, entre as quais A Criação, A Diversidade da Vida, Cartas a um Jovem Cientista, A Conquista da Terra, O Sentido da Vida Humana e On Human Nature e The Ants, ambas distinguidas com o Prémio Pulitzer.

Entre os mais de cem prémios que recebeu destacam-se a Medalha Nacional das Ciências dos EUA, o Prémio Crafoord (equivalente ao Prémio Nobel) da Real Academia Sueca de Ciências, o Prémio Internacional de Biologia do Japão e, em letras, dois prémios Pulitzer, os prémios Nonino e Serono de Itália e o Prémio Internacional Cosmos do Japão.

Ficha Técnica:
Homo Creator
Tradução de João van Zeller
216 Págs l PVP: 15,50€
Disponível a partir de 3 de outubro

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Lançamento: Portuguesas Extraordinárias

A editora e escritora Maria do Rosário Pedreira escreveu Portuguesas Extraordinárias, um livro dirigido aos mais jovens que dá a conhecer mulheres portuguesas que se destacaram nas mais variadas áreas, da Literatura à Política, do Desporto à Ciência. As ilustrações são de Elsa Martins.

O livro terá lançamento e apresentação pública no dia 27 de setembro, pelas 18h30, no Colégio Moderno, em Lisboa. A apresentação será conduzida por Isabel Soares.


Portuguesas Extraordinárias
Ed. Booksmile
72 pp.
14,99€

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Lido: A Rapariga de Auschwitz, de Eva Schloss


Tenho lido, este ano, alguns livros cuja temática é a II.ª Guerra Mundial, com especial incidência no Holocausto. 

Desde que me lembro de estar na escola, nas aulas de História, e de se abordar este tema, senti-me fascinada. Já fiz duas visitas à Alemanha, e numa delas, antes de entrar no país germânico, passei cerca de um dia na Holanda e visitei a casa-museu Anne Frank. Havia lido "O Diário" quando era mais nova, e fiquei arrepiada ao ver - in loco - o espaço exíguo em que aquelas pessoas viveram durante poucos anos. 

Já em Berlim, visitei o Memorial do Holocausto e, embora, hoje, já não me recorde muito bem o ano concreto da minha visita, lembro-me bem do sentimento de impotência, de claustrofobia e de tristeza imensa, simplesmente, por estar ali e ler os testemunhos e ver o que restava de vidas desaparecidas.

Isto para chegar ao A Rapariga de Auschwitz. 

Para além de O Diário de Anne Frank, nunca tinha lido um livro escrito por alguém que passou pelas atrocidades cometidas durante o governo de Hitler. A maioria dos livros que li é baseada em relatos, em entrevistas, em análises de documentos, em visitas a campos de concentração... não são livros escritos pelo punho de uma sobrevivente. 

Eva Schloss, em 1944, foi transportada para Auschwitz - das mais de 150 crianças desse transporte, ela é uma das (apenas) sete sobreviventes. 

"Tinha 15 anos quando eu e milhares de outras pessoas atravessámos às sacudidelas a Europa, num comboio composto por carruagens de gado escuras e a abarrotar, e fomos despejados junto aos portões do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Mais de 40 anos haviam passado, mas, quando Ken Livingstone me pediu para falar, uma sensação de terror absoluto formou-me um nó no estômago. Senti vontade de rastejar para baixo da mesa, e esconder-me" - assim se lê na primeira página.

Na capa: "A Rapariga de Auschwitz começa onde O Diário de Anne Frank termina" - New York Daily News.

A mãe de Eva, Fritzi, também sobreviveu, por pouco, ao campo de concentração. O pai e o irmão morreram pouco antes da libertação do campo pelo exército russo. Em 1953, Fritzi acaba por casar com Otto Frank, pai de Anne.