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segunda-feira, 16 de maio de 2016

O «Oásis Perdido» e o «Labirinto de Osíris»

Paul Sussman, jornalista e egiptólogo faleceu prematuramente em Maio de 2012 com apenas 45 anos. Escreveu algumas obras que misturam o policial com a acção e a egiptologia de forma magistral, thrillers empolgantes, cativantes e que prendem até à última página.

A sólida formação e experiência em escavações arqueológicas, bem como o profundo conhecimento do Egipto, transparece no detalhe do pano de fundo onde se desenrola, parcialmente a acção dos seus livros.

Dos quatro livros que deixou, venho-vos falar de dos dois que já li, e posteriormente comentarei o terceiro que me foi oferecido recentemente.

O «Oásis Escondido» tem como base a lenda da localização do famoso oásis de Zerzura perdido algures nas areias do deserto.
Freya Hannen desloca-se ao Egipto para o funeral da irmã Alex, alpinista profissional que se terá suicidado. Com a ajuda de Flin Brodie, um egiptológo a residir no Cairo, amigo da sua falecida irmã decide investigar as verdadeiras causas que envolvem a sua morte.
A história leva-nos para os meandros do sub-mundo do Cairo, para a corrida contra o tempo e para a busca incessante de um oásis mítico e do segredo que este encerra desde tempos imemoriais.
O enredo bem urdido, magistralmente encadeado, num processo de acção contínua que nos faz suspender a respiração e quase perder o fôlego nas deambulações e perseguições que culminam na descoberta de Zerzura, do seu segredo motivo que levou à morte de Alex. A par da narrativa a ímpar mestria nas descrições e referências históricas bem fundamentadas.




Já no «Labirinto de Osíris», a acção divide-se entre a milenar Jerusalém e o Egipto. O que liga Yusuf Khalifa, polícia de Luxor e Arieh Ben-Roi, detective em Jerusalém?
Um tenebroso crime ocorrido no Patriarcado Arménio de Jerusalém que havia vitimado uma jornalista, Rivka Kleinberg que investigava o tráfico de seres humanos. A ligação da sua morte a um engenheiro desaparecido em Luxor em 1931, volta a interligar os dois homens, velhos amigos, numa investigação sem paralelo.
No centro do enredo encontra-se o mítico labirinto egípcio cuja localização é ainda hoje  um parcial mistério e que serviu de palco ao desenrolar de mais um thriller que aborda temas tão actuais como o tráfico de seres humanos, terrorismo anti-capitalista.
Não revelo muito do enredo de ambos os livros propositadamente uma vez que a sua «magia» reside nos temas tratados e na manutenção de algum secretismo para não defraudar as expectativas do leitor.

Livros imperdíveis por um autor que nos deixou cedo demais. Recomendo vivamente a todos os que gostam de um bom livro de aventuras na senda das lendas históricas, da acção e suspense e em particular a todos os apaixonados pelo Egipto.

O próximo será...«O Último Segredo do Templo» que em breve vos falarei.


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